sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

É a cultura, estúpido!

“A Associação de Bares da Zona Histórica do Porto desafiou os associados a transformarem as suas empresas em associações culturais e recreativas, onde a lei do tabaco é omissa relativamente à proibição de fumar.” in Público, 21.02.08

Tal como uma bica passa a duas, neste caso um cimbalino a dois, a Discoteca Indústria passa a Clube Recreativo “Os unidos da Indústria”!
Já estou a ver o Barbosa e o Teixeira a rumarem até à Indústria, perdão, até ao Clube Recreativo “Os unidos da Indústria” para dois dedos de conversa e meia-dúzia de copos de 3. E a malta mais nova do bairro, os miúdos do tunning e dos rotwaillers, a aparecerem para uma partida de snooker e uma grade de minis bem fresquinhas, a preço de amigo que só encontra concorrência na sede do PCP.
Às 4ªs há noites de fado vadio com a presença do ilustre Fánan, acompanhado à guitarra por Beto Dedinhos e à viola por Tozé Ribeiro. Às 3as e 5as há aulas de ginástica de manutenção pela Professora Lizete, cabeleireira no salão com mesmo nome e rainha da madeixa e da extensão. E às 6ªs há ensaio do rancho, o ex-libris do clube.
O rancho da Indústria, perdão, do Clube Recreativo “Os Unidos da Indústria” inspira-se na estética, nas vivências e no cancioneiro popular do operariado metalúrgico e metalomecânico. Nas suas actuações ao vivo, os elementos, de fato macaco e capacete, recriam momentos de trabalho e de convívio dos operários, em temas como “Tuntz tuntz” e “Não não, não não não não, não não não não, não não, não há limites”.
O Aniki Bobó, por seu lado, passa a Associação Desportiva e Cultural “Os amigos do... Manoel de Oliveira”.
E claro, toda a gente fuma onde quiser.

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