quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O pão nosso de cada dia


“Confirmando previsões, o preço do trigo continua a subir, tendo atingido um novo recorde nos últimos dias - 12 dólares (7,96 euros) por alqueire. A retracção na oferta e baixas reservas explicam esta subida nas bolsas. Em Portugal, a indústria de panificação diz que não aguentará sem aumentar o preço do pão. Na ordem dos 50 por cento, para poder sobreviver.” In Público, 27-02-08

Com os campos abandonados, as reservas mundiais nos seus níveis mínimos e a especulação bolsista que não olha a meios nem matérias para fazer algum, impõe-se a actualização de todo um conjunto de crenças e valores.
Por exemplo, “Estar a pão e água” faz mais sentido passar a ser “Estar a europopanças do McDonalds”. “Pão pão, queijo queijo”, expressão utilizada para designar pessoa franca, directa, sem papas na língua, dá lugar naturalmente a “Bimbo, Bimbo, sucedâneo de queijo, sucedâneo de queijo”. E “Não há pão pra malucos” é evidentemente substituído por “Não há pão”.
E porque esta crise afecta todos, até as festas de beneficência descritas pela Susaninha dos livros da Mafalda, em que a gente rica se reune a banquetear para poder comprar carcaças para os desfavorecidos, terão de ser repensadas.

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